domingo, 27 de fevereiro de 2011

La Cigale...Quem sabe, sabe...Conhece bem!

Aproveitando a época do reinado de Momo, decidimos sair no bloco dos esfomeados a procura de um lugar para o nosso famoso jantar de todos os sábados.
De repente, no meio da empolgação, e do trânsisto tumultuado, lembrei-me do La Cigale, aquele pequeno e aconchegante bistrô localizado no Leblon.
Então, joguei fora meu abadá e me dirigi para lá, onde, no comando da bateria da cozinha está a minha estimada amiga e excelente profissional, a Chef Ana Ribeiro.
Logo quando chegamos, sorridente como sempre, ela saiu do alto do seu lugar de destaque para vir nos saudar e ajudar a escolhermos um bom local para sentarmos.
Dado ao seu curriculum invejável, de incríveis evoluções, entre elas a de ter sido a única Chef mulher do Le Saint Honoré, no extinto Le Méridien, deixamos nas suas mãos definir qual seria o nosso menu para aquela noite.
Como já era tarde, e ainda tínhamos uma festa para ir, abdicamos das tentações de Baco, e ficamos apenas nos meros refrigerantes.
Assim, começou o desfile dos pratos que ela preparou para que desfrutássemos das alegorias do enredo gastronômico daquela noite.
O primeiro impacto visual veio com o Carro Abre-Alas, que foi uma Salada composta por um Mix de Folhas Verdes, Queijo de Coalho quente, Crocante de Presunto de Parma e um Vinagrette de Geléia de Jabuticaba e Balsâmico, e que arrancou aplausos e expressões de felicidade daqueles que a estavam desfrutando.
O tempo entre este prato e o que se seguiu, transcorreu corretamente dentro do previsto, para que não se perdesse nenhum ponto  na cronometagem da nossa degustação.
O desfile continuou com a chegada da "Velha Guarda", um Linguine al Frutti di Mare, onde seus adereços, ou sejam, as lulas, polvos e mexilhões, eram frescos e saborosos, como da mesma forma o camarão VG que adornava, soberano, este carro alegórico que homenageava a Itália.
Fazendo o seu tradicional recuo, a bateria deu espaço para que a escola continuasse com a sua evolução e pudesse seguir apresentando as atrações que ainda estavam por passar pela avenida da nossa mesa.
Assim, com muita alegria, confetes e serpentinas, recebemos o Maigret de Pato Rôti, grelhado no ponto certo, cortado da maneira correta, acompanhado de um Batata Gratin Dauphinoise e de Vagens Glaceadas e servido com um molho preparado com Cachaça e Melado de Cana.
Não deu outra, soltei a voz para cantar:
Ó abre-alas, que eu quero passar....
Ninguem poderia me segurar diante de algo tão saboroso, criativo e de uma empolgação contagiante.
Meu companheiro de camarote optou por um Bacalhau ao Creme de Batata Parmentier, com molho Grenobloise, que estava no ponto correto, porém, talvez fosse melhor que a quantidade do mesmo não ofuscasse a presença do peixe no prato, pois acabou por esconder e "afogar"o destaque principal.
Aproximando-se do final do desfile, eis que todo o esplendor deste enredo da Gula se estampa na sobremesa, a qual registramos com o celular para que fique nos anais da história.
Trata-se de um Mil Folhas com recheio de Doce de Leite Cremoso, calda de Rapadura e um impressionante Chantilly de Coalhada que era algo digno dos Deuses.


Desta forma, satisfeitos com o contagiante enredo dos quitutes que nos foram oferecidos, saímos dali com a certeza de que: - Quem sabe, sabe...e faz bem feito!
Não podemos esperar outra coisa dos colunistas que outorgam prêmios de gastronomia, que no final deste ano, o nome da Chef Ana Ribeiro esteja presente obrigatoriamente em todas as edições destes tipos de eventos, pois, nada seria mais justo e merecedor para alguem como ela que ganha nota 10 em todos os quesitos.
Bom carnaval!
Jacques.'.


2 comentários:

Kassiel disse...

Hola Jacques! Te vi na comunidade do Piero/Donos de bares & restaurantes. Vamos trocar umas ideias, veja meu portfolio: http://andrericardos.carbonmade.com/

Unknown disse...

Jacques, gostei do desfile. Muito legal... Nota 10 com louvor. Bjos, Lee