domingo, 5 de dezembro de 2010

O Barbeiro de Sevilha

Quem esteve no Teatro Municipal do Rio de Janeiro no dia 28 de novembro de 2010, pode assistir à última apresentação desta montagem da ópera de Rossini, a 89ª, elaborada pela Companhia Nacional de Ópera, que fez uma extensa turnê por todo o Brasil, visitando diversas capitais, com  lotação esgotada em todas as récitas.
O surpreendente foi que, ao invés de cenários, existia no fundo do palco uma tela gigante onde eram projetados desenhos animados, com os quais os cantores interagiam, e que acrescentavam côres e muita comicidade a esta ópera de câmara bufa.
A regência do maestro John Neschling foi impecável, sóbria, discreta, porém de forte interação com seus músicos.
Por estar sentado logo na primeira fila da platéia, pude flagrar o suave beijo que ele enviou para o naipe de violinos, após uma passagem musical onde estes transmitiram de forma fantástica, todo o amor do Conde D'Almaviva por Rosina.
Lindo trabalho deste maestro que conseguiu promover uma dinâmica sonora de primeirissima qualidade.
Os cantores, mesmo com seus altos e baixos, no que se refere à capacitação técnica, merecem todos os nossos aplausos, pois, somente quem tem um grande amor pela arte, é que conseguiria cantar esta mesma peça por 89 vezes.
Um elogio especial para Savio Esperandio que fez um maravilhoso Bartolo, assim como para a idéia de intercarlar os papéis, tipo, o barítono que fazia o Fígaro numa récita, na seguinte interpretava o Fiorelo.
Só podemos ensejar que o ano de 2011 seja mais gentil com a Companhia Brasileira de Ópera, permitindo que esta possa vir a apresentar mais de uma obra, já que o povo brasileiro está sedento de ouvir coisas boas, principalmente, no segmento do "bel canto".

PS: Para aqueles que não têm ainda o conhecimento de determinados temas aqui mencionados, achamos interessante inserir os links para a definição de Orquestra de Câmara  e de Ópera Buffa contidas no Wikipédia.

2 comentários:

Denilson Almeida disse...

Também estive no Teatro Municipal aqui do Rio vendo esta ópera. Achei interessantissimo a criação de um grupo composto por artistas brasileiros que objetivam a divugação deste gênero de música erudita no nosso país, que anda tão carente do mesmo. Concordo com as suas opiniões referentes a orquestra e a criatividade da montagem da ópera com a colocação da tela em substituição ao cenário, facilitando até mesmo a locomoção do grupo.

Jacques Graicer disse...

Obrigado Denilson por acessar o meu blog, assim como pelos seus comentários.
Faremos o nosso melhor para poder transmitir informações que possam servir de farol para as pessoas que nos lerem, partindo sempre do princípio da honestidade em todo o conteúdo do texto.
Jacques